terça-feira, 26 de janeiro de 2021

PARÓQUIA DE SÃO PAULO DO POTENGI

 


Pelo decreto de criação da então Paróquia de São Paulo Apóstolo, o Exmo. Sr. Bispo Diocesano de Natal por mercê de Deus e da Sé Apostólica, Dom Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas, de acordo com o Código de Direito Canônico (nos cânones 216, 416, 454, 1415§ 3 e 1427 §1 e §2) põe a saber da população e da diocese a criação da nova paróquia de São Paulo do Potengi, assinada e datada de 30 de Novembro de 1943. Neste mesmo dia, e com a consciência de todos, a nova paróquia também recebeu um novo sacerdote.

A Paróquia de São Paulo do Potengi, a principio, foi suprimida da paróquia de São Gonçalo, esta por sua vez fazendo limites com os municípios: de Taipu, Ceará – mirim, Macaíba cortando o Rio Potengi, Lajes e Santa Cruz. Desta mesma forma o Bispo Diocesano mandou uma copia do decreto de criação para as paróquias vizinhas, de São Gonçalo do Amarante e Macaíba.

Assim, a então capela de São Paulo, pertencente à paróquia de São Gonçalo, passou a ser Igreja Matriz e quatro dias após o decreto, vindo como pastor para apascentar o novo rebanho, a exatamente no dia 05 de Dezembro do mesmo ano (1943), às 09h da manha, perante um numero de fieis, na agora Igreja Matriz de São Paulo, o novo sacerdote, o então Pe. Expedito Sobral de Medeiros, celebrou a estação da missa paroquial, e depois fez a leitura do decreto de criação da nova paróquia e da sua provisão canônica como vigário desta, com todas as honras e deveres da diocese. Após a leitura dos mesmos documentos canônicos o Pe. Expedito lavrou a ata e em conformidade assinaram como testemunhas o Sr. Manoel Henrique de Azevedo e o Sr. Arnaldo Pereira do Lago.

Achada a Igreja Matriz com três naves: o altar mor e dois laterais, sendo um deles dedicado a São Vicente de Paulo. O Novo vigário lavra dizendo que a muito por fazer. Nesta, apenas de patrimônio possui uma quadra de terra, com escritura publica, compreendendo assim a Igreja Matriz e a grande parte da cidade. Contudo, o vigário relata que neste mesmo espaço há uma grande parte habitada. Na Igreja, os bens patrimoniais que existiam era apenas no altar mor: a imagem do padroeiro São Paulo, de Nossa Senhora e de São Sebastião. No altar do coração de Jesus, uma imagem do mesmo, e uma imagem de Nossa Senhora das Dores. No altar de Santa Terezinha, uma imagem da mesma. No altar de São Vicente de Paulo, uma imagem do mesmo, ambos os altares possuíam um crucifixo, um jogo de castiçais e um jogo de toalhas, como também na Igreja Matriz a um paramento de cor branca, uma alva, um cíngulo, um amito, um missal romano, um cálice com patena, um turibulo com naveta, uma estante para o missal, uma campainha, um sacrário de madeira, uma cômoda pequena, uma mesa de credencia, um sino, um harmonium, uma pedra d’ara e outros objetos de pouca importância. Ao chegar nesta nova paróquia, o Pe. Expedito encontra várias associações, o apostolado da oração, a conferência vicentina e a obra das vocações sacerdotais, em florescimento.

Com a criação desta nova paróquia, algumas das comunidades que já existiam capelas construídas, passaram a pertencer a São Paulo do Potengi: Juremal, Potengi Pequeno, Riachuelo, Lagoa do Sapo, Cachoeira do Sapo, Meia Légua, São Pedro, Pedra Branca, Camaragibe e Boa Vista. E nestas não havia associações e nem movimentos pastorais.

No ano de 1944 foi adquirido para a nova matriz, uma banqueta com crucifixo e velas automáticas, a custódia, uma lâmpada para o Santíssimo Sacramento, um turibulo novo, uma campainha, uma caldeirinha com hissope, um jogo de sacras, um paramento violáceo, um verde, um rubro, um preto, uma estola paroquial, um véu umeral, uma téca, um vaso para os santos óleos, sanguinhos e corporais. Neste mesmo ano, foi assentada a pia batismal.

Neste ínterim, o vigário foi reorganizando as associações, os movimentos pastorais e atendendo os sacramentos com as necessidades da comunidade. Podendo perceber os assentos no livro de tombo da paróquia, com a reorganização, foi firmado horários de catecismo (aos domingos), como também a Cruzada Eucarística na matriz as quinta-feira e missas todos os domingos.

No ano de 1945, com donativos angariados foi colocada a instalação elétrica para a Igreja Matriz, constando de um cata-vento e uma bateria. Em Junho deste mesmo ano, foi promovida a festa do padroeiro, culminando com a solenidade no dia 29 de Junho, semelhante à festa do ano anterior (1944). Esta sendo a primeira solene depois que foi criada paróquia. Assim, vendo o crescimento repentino dos fiéis e da cidade, o vigário se viu no dever de começar a construir uma nova Igreja Matriz que comportasse grande numero de fiéis para a administração dos sacramentos.

A exatamente no dia 16 de Maio de 1946 foi lançada a primeira pedra fundamental, que dava origem e espaço a nova Igreja Matriz. Neste mesmo ano começaram a construir o alicerce da nova matriz, custando aproximadamente 27 mil cruzados. Com o saldo da festa do padroeiro deste mesmo ano, foi dada continuidade a construção da nova Igreja.

Por motivos de saúde, o Pe. Expedito foi obrigado a se ausentar da paróquia por 52 dias, assumindo assim a paróquia o Revmo. Pe. João Verbeck, MSF (Missionário da Sagrada Família). Este por sua vez assistiu a paróquia por estes dias e realizou grande trabalho missionário.

No ano de 1947 começou a ser feita a festa do Coração de Jesus, de 29 de outubro a 01 de Novembro, os associados e zeladores, por vontade própria decidiram fazer esta festa e destinar todo o lucro para a construção da nova matriz, esta que já estava no levantamento de paredes. No ano de 1948, após a festa do Coração de Jesus, que já contava com mais de 200 associados, foi fundada a confraria de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, que teve suas reuniões sempre no primeiro domingo de cada mês.

No ano de 1948, a festa do Sagrado Coração de Jesus foi crescendo e tomando todos os paroquianos foram tomando gosto, neste mesmo ano a festa passou a ser promovida pelo apostolado da Graça, conseqüentemente fundado neste ano. Com todas essas festas sendo realizadas, o coração do povo católico e de toda a comunidade se abria para a construção da nova matriz. Todos os saldos e finanças que entravam eram destinados à construção da mesma.

No ano de 1949 foi levantado o segundo pavimento das duas torres. Com a publicação do “Ano Santo”, por S. S o papa Pio XII, as celebrações foram sendo mais bem participadas e com o inverno, passou o povo a ser mais feliz, e como chamou o Santo Padre, o ano realmente foi santo e bom.

Em 1950, já com a construção da nova matriz bem avançada, foi realizada mais duas festas (do padroeiro e do sagrado Coração de Jesus), desta vez, a conclusão com a colocada das placas de cimento armado de 0,05 cm de espessura nos dois corredores laterais.

Em 1951 os associados e zeladores do Apostolado da Oração trabalharam pra valer na festa do Sagrado Coração de Jesus, dando mais brilhantismo e pompa. Isto, para que o resultado financeiro superasse os anos anteriores e pudesse assim ser concluída a segunda parte da nova matriz, não diferente das outras festas, todo o rendimento foi revertido a construção da Igreja nova, concluindo assim o madeiramento da capela mor, bem como da nave central e das naves laterais da nova matriz.

No ultimo dia do mês de maio, dia em que é celebrada a coroação de Nossa Senhora, como Rainha, na cidade, houve grande festa e alegria. O povo afluiu em massa de grandes partes da cidade e daí que foi se criando um caminho sem fim, de tantos homens, tantas mulheres boas, até crianças, que por volta das 15h, desde ultimo de maio o teto estava concluído, totalmente coberto. No dia 09 de setembro de 1952 foi feita a ereção canônica da via – sacra na matriz, pelo Mons. Vicente Freitas, vigário de Baixa – verde, numa solene celebração. No mesmo ano, a paróquia recebeu um coadjutor, foi o Pe. José Edson Monteiro, que chegou a nossa paróquia com provisão datada de 19 de Dezembro de 1952. Este passou pouco mais de um mês, depois foi nomeado vigário de Santana (Santana do Matos).

Vindo a seca no ano de 1953, nada pôde se fazer nada para terminar a nova matriz, contudo, era grande a fome na cidade e na região. Foram formados grupos de visitas para verificar os flagelados e os famintos. Foi aqui neste mesmo ano que o vigário, o Pe. Expedito, fez uma grande campanha com seus amigos e com os mais ricos, dizendo que a Igreja é num momento deste, a grande mãe da caridade cristã. O vigário deixou a construção da matriz de lado (ficou paralisada) e tudo quanto a Igreja tinha era colocado no centro social para ser distribuído com os necessitados.

A reconstrução da nova matriz volta com todo ardor no ano de 1954 para serem concluídas as duas torres, à frente e o patamar, de alvenaria. Com a retomada da construção, os pedreiros da cidade, bem como os serventes, começaram a ajudar no reboco externo e nos platibandas laterais, bem como as bicas de zinco.
A 25 de Janeiro de 1956, festa da conversão de São Paulo, já com condições de uso provisório, e a pedido do bispo diocesano, foi feita a transferência das imagens que estavam na igreja velha, para a igreja nova, numa memorável procissão noturna. Na manha deste mesmo dia, foi dada a “Benedictio Dei” e celebrada a primeira missa num altar improvisado na capela mor. O Santíssimo Sacramento só foi transferido para a nova matriz alguns dias depois.

POR HÉMERSON CÂMARA (SEMINARISTA DO 2º ANO DE TEOLOGIA DO SEMINÁRIO DE SÃO PEDRO E FILHO DA PARÓQUIA DE SÃO PAULO DO POTENGI/RN

FONTE – SSP NEWS

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